sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Homenagem

Depois de muitas críticas, textos sobre o dia-a-dia, abro espaço no Blog para uma homenagem. Uma homenagem a alguém que você, leitor, provavelmente não conheceu. Queria dizer algumas palavras para meu avô, que desde o dia 19 de outubro de 2001 partiu para um lugar próximo de Deus. E com certeza, continua de lá, olhando por todos que conheceu.
Pra mim, não é nem um pouco difícil falar do senhor José dos Santos. Nome comum, não? Mas personalidade e caráter ímpares. Não afirmo isso por ser meu avô, mas porque já ouvi da boca de tantas outras pessoas.
Pra mim, ele é muito mais que um exemplo de homem, ou de avô. Ele foi meu segundo pai. Foi não, pra mim ele continua sendo e sempre será. Foi o homem que morou comigo e formou muito da pessoa que eu sou hoje. Não há como esquecer o seu sorriso, todas as manhãs quando eu acordava, me perguntando se eu tinha sonhado com ele e sempre inventando um sonho que ele tinha tido comigo só pra me deixar feliz. Era o homem que sempre pegava seu radinho de pilha e ia pra sala escutar o jogo do Flamengo, sua paixão. Graças a ele eu hoje sou Flamengo. Sua paixão me contagiava e eu, ainda sem ter escolhido meu time, nas minhas fantasias de jogos de futebol no quintal, fazia que o Flamengo ganhasse só para mostrar pra ele e fazê-lo feliz.
Foi aquele homem que quando morreu, eu simplesmente não queria acreditar. Não era possível que uma das pessoas que eu mais amava nesse mundo havia partido. Mesmo sabendo, que por causa de suas complicações clínicas aquilo era o melhor pra ele, eu não conseguia acreditar. Naquele dia deixei meu álbum de figurinhas, que eu tanto gostava, na chuva. Perdi o álbum e não me importei. O que era um álbum diante daquele meu Vô Zé?
Vô, desde que o senhor partiu, muita coisa mudou. Deixei de ser aquilo menino com 11 anos e me tornei um homem. Infelizmente, o senhor não pode estar nas minhas formaturas, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio em presença física, mas com certeza estava no meu coração. E dele, o senhor nunca sairá. Agora, na alegria de ter sido aprovado no vestibular, não pude ter seu abraço de parabéns, mas posso claramente sentir o senhor ao meu lado dizendo: "É isso aí meu chapa. Seu avô tem orgulho de você."
Não vô, não é o senhor que tem orgulho de mim. Eu que me orgulho de um dia ter aprendido tanta coisa com o senhor. Obrigado por tudo. Não sei onde o senhor está nesse momento, mas sei que está do meu lado. Te amo eternamente.

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