sexta-feira, 30 de maio de 2008

Desacertos reflexivos...

Do G1:

Ivete e Amy Winehouse abrem Rock in Rio Lisboa

****

É notícia ou jogo dos 7 erros?

sábado, 24 de maio de 2008

Eles nunca se vão...

"(...)Os mortos são na vida os nossos vivos, andam pelos nossos passos, trazemo-los ao colo pela vida fora e só morrem conosco." (Florbela Espanca)


Pensando melhor, os nossos mortos só morrem conosco quando queremos... e, como não quero que este morto, em especial, morra comigo, escrevo estas poucas, porém sinceras, linhas...

Às vezes, me perco em pensamentos e, do nada, ele me vem em mente. Até alguns dias não sabia exatamente o porquê. Há pouco tempo descobri que não só esse, mas os meus mortos, voltam para mim porque estão sempre dizendo algo. Eu os ouço e percebo o quanto me fariam falta se não me tentassem dizer qualquer coisa. Nem sempre as coisas são ditas como queremos ouvi-las, pois, nem sempre as ouvimos, de fato. Também descobri, com o passar dos tempos e das horas tristes, que os mortos são companhia...mesmo quando morremos de medo só de pensar que eles podem estar ali, espiando...e eles espiam...como espiam...e isso não é o BBB!
Os nossos mortos não estão somente nas nossas almas, estão também nos nossos gestos...sabemos que estão sempre ao nosso lado e que, por mais depressa e angustiante que seja o passar do tempo, contaremos os segundos para reencontá-los.


"A sua sombra debruçou-se sobre o meu ombro, no silêncio das tardes e das noites, quando a minha cabeça se inclinava sobre o que escrevia; com a claridade dos seus olhos límpidos como nascentes de montanha, seguiu o esvoaçar da pena sobre o papel branco; com o seu sorriso um pouco doloroso, um pouco distraído, um pouco infantil, sublinhou a emoção da idéia, o ritmo da frase, a profundeza do pensamento.

Bastar-me ia voltar a cabeça para o ver..."
(Florbela Espanca)


Post dedicado a uma pessoa muito especial.


by Laís Scodeler

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Desacertos reflexivos...

Índios fazem quatro reféns em protesto no interior de SP

Índios de Avaí, no Centro do estado de São Paulo (a 382 km da capital), fazem reféns quatro funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) desde a noite de terça-feira (20). Eles protestam contra a possível mudança do escritório da fundação em Bauru (a 343 km de São Paulo) para o litoral paulista.

A rodovia que liga Bauru a Marília chegou a ser interditada. Mais de duzentos manifestantes bloquearam a estrada usando tratores e galhos. Um carro da Polícia Rodoviária que transportava córneas de Marília para Bauru ficou parado por duas horas no congestionamento. Os índios queriam que os agentes da Funai comparecessem ao local.

****

Comentário 1 (irônico): Depois dessa notícia, eu que quero a demarcação da minha reserva aqui.

Comentário 2 (histórico): Inverteu-se a vantagem que os descobridores da América tinham.

Comentário 3 (irritado): Minha vontade é fazer uma "doação" com as córneas desses índios, que podem ter perdido esperança para algumas pessoas.

domingo, 18 de maio de 2008

Outra estrela que nos deixa para iluminar mais de cima...

"Chego à vossa ilustre companhia, talvez trazida por uma estrela. Venho para ocupar com orgulho e, sobretudo, com humildade, a Cadeira que foi, durante 40 anos, de Jorge Amado, Cadeira que tem como fundador Machado de Assis e cujo patrono é José de Alencar. Três escritores da minha paixão, escritores da maior grandeza que tiveram, cada qual com seu estilo, o poder de transportar-me em mundos de magia, na emoção da leitura de seus livros a embalar meus sonhos, fazendo-me descobrir a beleza e as maldades da vida."
(Trecho do discurso de posse de Zélia Gattai ao ingressar na Academia Brasileira de Letras)

A mesma estrela que a conduziu, no ano de 2002, à posse da Cadeira de número 23, na ABL, teve no dia 17/05/08 a função de erguê-la a um lugar mais digno de sua presença. Muitos a conheciam simplesmente por sua relação extremamente longa com Jorge Amado, afinal, foram 56 anos de união apaixonada. Entretanto, ela foi e sempre será muito mais do que a sombra de seu eterno companheiro. Para os que leram suas obras, ela representa um olhar sensível e capaz de ultrapassar as fronteiras de simples palavras. Para os que ainda não tiveram essa oportunidade, fica aqui a nossa sugestão. Talvez o início nas artes através da fotografia a tivesse tornado mais sensível às coisas e aos mundos que a cercavam. Falecer aos 91 anos não é para todos...é para poucos. Agora a escritora torna-se realmente imortal.

Como ela bem disse: "Continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores."

"O meu materialismo não me limita..."- Jorge Amado

Enfim juntos...


by Laís Scodeler

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Poema para os médicos!

Já que eu divido o blog com um futuro médico, nada melhor que escrever sobre os médicos e sua nobre profissão, né?

Taí Chicão...para a sua felicidade...kkkkkkk


Olhos no Escuro

Ao João Paulo...

Estão sob juramento divino
que lhes confere poder e proteção,
nascem desde sempre com o mesmo destino:
caminhar mansamente entre luzes e escuridão.

Trazem consigo a bagagem da eternidade
zelando pelos que buscam, apreensivos, a salvação.
Não dormem, fecham os olhos por necessidade
para abri-los novamente em outra dimensão.

Suportam sombras e medos
sem esquecer sua nobre missão:
assegurar que os suspiros seguros entre seus dedos
não escorram, doloridos, para a imensidão.

Levam a esperança em forma de gente
através da serpente envolvendo o bastão,
e quando sofrem ou choram tristemente
fazem dos céus o seu único chão.

Permanecem embalados pelo conhecimento
que lhes chama constantemente à razão
porque não se deixam levar pelo tempo
ao terem as mãos presas à elevação...


by Laís Scodeler

domingo, 11 de maio de 2008

Dia das Mães!

Não tem como deixar o Dia das Mães passar em branco, afinal, mãe é mãe e todas as nossas mães merecem os parabéns! Sabemos que é complicado viver em família, mas o que seria de nós se não tivéssemos uma? Todo mundo briga, chora, discute e no fim dá tudo certo...ou não...bem, nem sempre as coisas saem como planejamos, especialmente quando estão relacionadas aos nossos familiares. Existem laços, teias e nós que nos ligam a eles sem que estejamos, de fato, atentos a isso. Muitas famílias acabam virando pó, ao passo que outras renascem das cinzas...injusto? Até que não, se levarmos em conta os nossos atos e esforços para que tudo REALMENTE termine com um "happy ending".
Em toda a nossa história de vida elas tentam ao máximo estar conosco, fazem o possível para as coisas saírem como a gente quer, vão às nossas festinhas de escola, ao nosso baile de formatura, dão conselhos nas horas certas(nem sempre tão certas assim...), se desesperam quando não falamos porque estamos cohorando naquele exato momento e, principalemte, nos ajudam a levantar, desde sempre, quando levamos os piores tombos. Até nas novelas, na Duas Caras, por exemplo, quem continua ao lado da vilã? A mãe, né...(quem vive dizendo que vai cuidar da Silvia? Só a Branca mesmo...). Quantas vezes já vimos mães de criminosos dizendo: "...meu filho é um menino bom...só cometeu um erro...". Então...não tem como não agradecer o cuidado e a dedicação de todos os dias, cada uma a seu modo, mas todas com um único objetivo: fazer a gente feliz!
A todas as mães, aqui fica o nosso sincero agradecimento. Obrigada por tornarem o nosso caminho mais brando e os nossos dias muito mais interessantes e especiais! Do fundo do nosso coração: feliz Dia das Mães!!!

by Laís Scodeler

sábado, 10 de maio de 2008

O que é o amor?

"A palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc."

Ainda dizem que existem várias formas de amor:

Eros: representa a parte consciente do amor que uma pessoa sente por outra. É o amor que se liga de forma mais clara à atração física, e freqüentemente compele as pessoas a manterem um relacionamento amoroso continuado. Nesse sentido também é sinônimo de relação sexual.

Psique: representa o sentimento mais espiritual e profundo.

Pragma: (do grego, "prática", "negócio") seria uma forma de amor que prioriza o lado prático das coisas. O indivíduo avalia todas as possíveis implicações antes de embarcar num romance. Se o namoro aparente tiver futuro, ele investe. Se não, desiste. Cultiva uma lista de pré-requisitos para o parceiro ou a parceira ideal e pondera muito antes de se comprometer. Procura um bom pai ou uma boa mãe para os filhos e leva em conta o conforto material. Está sempre cheio de perguntas.

Ágape: em grego, significa altruísmo, generosidade. A dedicação ao outro vem sempre antes do próprio interesse. Quem pratica esse estilo de amor entrega-se totalmente à relação e não se importa em abrir mão de certas vontades para a satisfação do ser amado. Investe constantemente no relacionamento, mesmo sem ser correspondido. Sente-se bem quando o outro demonstra alegria. No limite, é capaz até mesmo de renunciar ao parceiro se acreditar que ele pode ser mais feliz com outra pessoa. É visto por muitos, como uma forma incondicional de amar.

Storge: valoriza a confiança mútua, o entrosamento e os projetos compartilhados. O romance começa de maneira tão gradual que os parceiros nem sabem dizer quando exatamente. A atração física não é o principal. Os namorados-amigos não tendem a ter relacionamentos calorosos, mas sim tranqüilos e afetuosos. Preferem cativar a seduzir.

Poeticamente, seria definido assim:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões)

Entre todas essas, fico com Machado de Assis:

"A melhor definição de amor não vale um beijo."

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Brigar pra quê?

Rivalidades à parte, nesse fim de semana foram decididos diversos campeões estaduais pelo país e alguns campeões nacionais na Europa. Mas meu maior objetivo ao escrever aqui, campeão, não é falar do que aconteceu dentro de campo, mas sim do que aconteceu fora dele durante a comemoração dos títulos.
Ao Flamengo, campeão no Rio de Janeiro, não faltaram motivos para, mais uma vez, zombar com o chororô do Botafogo. Obina, Léo Moura, Souza e Cristian repetiram o gesto já lançado por Souza durante a partida contra o Cienciano pela Libertadores da América. A diferença, é que, agora o campeonato acabou. Souza naquele jogo comemorou precipitadamente, o que acirrou ainda mais a rivalidade entre as torcidas e incomodou o time do Botafogo, o que poderia ter tirado o título do Flamengo. Quanto à torcida, show. Show da torcida rubro-negra campeã e show também da torcida alvinegra. Enquanto o Botafogo ainda tinha chances, a torcida empurrou o time com o clássico: "E ninguém cala... esse nosso amor". Já a torcida do Flamengo embalou o time com "Eu sempre te amarei... Onde estiver estarei." e a nova "Vamos Flamengo".
Em Minas, um campeonato já decidido no primeiro jogo, sagrou o Cruzeiro campeão. A torcida do Cruzeiro comemorou muito o título no ano do centenário do Atlético, cantando inclusive "Parabéns pra você" no estádio. No Sul, a torcida colorada mostrou que estava com o time mesmo após a derrota na primeira partida e lotou o Beira-Rio para empurrar o time para a histórica goleada por 8x1 em cima do Juventude.
Mas a parte que eu quero narrar, campeão, vem de São Paulo. Parte essa que eu preferia não ter que narrar, mas preciso fazê-lo. O Palmeiras, depois de 12 anos, "saiu da fila", vencendo o Campeonato Paulista. Uma vitória linda no Palestra Itália, com 5x0 sobre a Ponte Preta, 3 gols de Alex Mineiro, que terminou artilheiro e consagração de Valdivia como o craque do campeonato. Os jogadores rasparam os cabelos como promessa. Até aí tudo bonito. O episódio triste fica por conta da torcida verde. Após o título, integrantes de uma torcida organizada palmeirense entraram em confronto com a PM por tentar invadir o Palestra Itália. Simplesmente não entendo. Os cariocas dirão que paulistas são bobos assim mesmo. E confesso, tenho sido obrigado cada vez mais a concordar. Embora desde já, afirmo, não são todos. Já perdi a conta de quantas vezes torcedores do Corinthians invadiram o gramado do Pacaembu e derrubaram alambrados em derrotas do time e também quantas vezes torcedores do Palmeiras já entraram em confronto com a PM. Fora o quebra-quebra que ocorre em toda a cidade quando os dois times se enfrentam ou enfrentam o São Paulo.
O que leva esses torcedores a fazer isso? Pergunte a eles e lhe garanto que a resposta será: "Por amor ao Palmeiras." "Tudo pelo Corinthians". "Pelo Tricolor vale tudo". Que amor é esse? Sinceramente, isso não é forma de amor. Amor é aquele mostrado ao time empurrando-o durante o jogo, reclamando pacificamente quando o resultado não é satisfatório, mas nunca brigando. Essas atitudes já não são louváveis quando o time perde, que dirá durante uma conquista tão desejada pelos torcedores.
Depois, o estádio é interditado e a torcida organizada fechada (o que tem sido cogitado pela PM) e não sabem porquê. Pelo fim da violência no futebol.

E olha que não é a primeira vez que reclamo das torcidas de futebol...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Olhos de mesmice: ninguém merece!

Heráclito de Éfeso foi um dos filósofos pré-socráticos mais importantes da filosofia clássica. Para muitos, foi, possivelmente, o mais brilhante. Entretanto, o que mais chamava sua atenção era a questão da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias. Calma...eu explico...
Essa manhã, quando estava voltando para casa, deparei-me com uma questão deveras interessante. Ao observar o contexto no qual estava inserida, percebi que nem sempre é possível olhar para as coisas como Heráclito sugeria. Para os que não conhecem, há um pensamento consagrado por ele e, posteriormente, pelos estudiosos de filosofia e observadores de plantão: “Tudo flui ,nada persiste, nem permanece o mesmo”. Tudo bem...é impossível discordar, mas, às vezes nem sempre conseguimos enxergar, na nossa rotina tão monótona, ou tão corrida, o curso das coisas. Que a vida é também um rio nós sabemos, mas quando realmente percebemos, como Heráclito observa, que não é possível mergulhar duas vezes no mesmo rio, pois, na segunda vez nem o mergulhador nem o rio são os mesmos? Pois é...é aí que mora o perigo. Há vezes em que não se pode olhar as coisas mudando, simplesmente porque nossos olhos estão repletos de mesmice. Claro que nós também mudamos, isso é fato. O desafio reside justamente em perceber as nossas mudanças e, ao mesmo tempo, não fechar os olhos para o que nos cerca.
Hoje as coisas me pareceram terrivelmente iguais e, ao lembrar o que essas idéias pré-socráticas pregam, pensei o quão estranho seria enxergar o cotidiano enquanto cotidiano, como se ele fosse o uno, ou, para o próprio Heráclito, aquilo que simplesmente é, enquanto o que nos envolve muda completamente, bem como a gente. Ou seja, tudo partiria e seria feito de cotidiano. Isso mesmo. É muito complicado pensar assim, mas é também um convite a não deixar de pensar e, obviamente, a não deixar de pensar a vida presente como sendo algo que compõe e comporá o nosso futuro, ou, o curso das coisas, o que flui e fluirá...

by Laís Scodeler

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Onde os fracos não têm vez

Não, eu não estou falando do filme vencedor do Oscar. Estou falando de política. E tem algum tema mais apropriado para esse nome? Ano de eleição para prefeituras municipais. Mas o que já se desenha são as eleições presidenciais de 2010. Quem pode suceder a Lula? Os fracos (leia-se Dilma Rousseff, Cristóvam Buarque, Heloísa Helena, Jorge Bornhausen) não têm vez alguma.
Mas já que usamos o nome do filme, vamos fazer analogias. Lula pode ser comparado a Ed Tom Bell, personagem de Tommy Lee Jones. Aquele velho xerife, prestes a se aposentar, mas com problemas: não tem um bom sucessor, e deseja resolver algumas coisas antes.
José Serra é Anton Chigurh, o assassino interpretado por Javier Bardem. Ascendeu na política friamente. Geraldo Alckmin pode ser comparado a Carson Wells, que vêm para tentar deter Chigurh e se impor, mas sendo da mesma estirpe do primeiro. Já Aécio Neves é o caçador Llewelyn Moss, do qual não se consegue saber muito: a princípio é mocinho, mas também tem tendências de bandido e vice-versa.
E, assim como no filme, o final pouca gente consegue entender.