quarta-feira, 30 de abril de 2008

In Formação (d)e Opinião

É campeão, você acha que vive na área do amplo acesso à informação e à verdade em tempo real, sendo impossível esconderem certas coisas? Pois é, você se enganou. O que temos é quantidade de informação e talvez até mesmo qualidade, mas uma qualidade arraigada de subjetivismo controlado pelos grandes meios de comunicação em massa. E para essa idéia pesam dois fatos: destaque para a informação que vende e propagação do pensamento de quem detém os meios de informação.
Tomemos como exemplo o caso Isabella Nardoni. Não discuto a sua brutalidade, que é claramente assustadora, mas cabe ressaltar a repercussão que isso tomou. Há tantos crimes bárbaros no país, como mortes a foiçadas, machadadas (sim, campeão, isso acontece e, infelizmente, com alguma freqüência). Outro dia ouvi no rádio a notícia de um irmão que matou o outro a machadadas por ciúme familiar, mas essa notícia ocupou 15 segundos da programação, enquanto o caso Nardoni ocupou mais de 5 minutos. Para mim, esses dois crimes são bárbaros da mesma forma. Há no caso Nardoni a questão do infanticídio mas não consigo ficar mais chocado com o arremesso da menina que com a história das machadadas.
Depois, campeão, vamos lembrar de aproximadamente um mês atrás. Faça uma força e lembre qual era a grande notícia nos jornais e telejornais de nível nacional: a epidemia de dengue no Rio de Janeiro. E não é que de uma hora pra outra a epidemia acabou? Foi só Isabella morrer que ninguém mais tem dengue no Rio de Janeiro. Se as autoridades cariocas soubessem disso tinham mandado jogar a menina antes. É sádico, mas é a mídia fazendo acontecer. E na comparação desses dois casos, não vejo a razão de se ter destaque para o caso Nardoni. Sabe o que essa ampla divulgação tem feito? Incutado o medo em filhos de pais separados. Diversas crianças estão com medo de ir para a casa do pai ou da mãe. E olha que agora a culpa nem é daquela madrasta malvada dos contos de fadas. Ou ainda, fazendo uma comparação numérica grosseira, vemos que o caso Nardoni matou uma pessoa enquanto a dengue matou dezenas no Rio de Janeiro. O caso Nardoni foi pontual, enquanto a dengue é uma epidemia que se alastra. Isso somente para demonstrar o quanto a mídia mostra somente o que interessa a ela.
Você não deve ter visto, mas no carnaval carioca, logo após o título da Beija-Flor de Nilópolis (não vou dizer que só ganhou porque era a escola ligada à maior rede de comunicação do país porque não tenho provas), uma repórter cortou uma entrevista de um diretor da escola na maior cara de pau quando ele começou a criticar a mídia.
Você ainda compra um pensamento quando você lê sua revista, seja ela a Veja ou a Carta Capital. De preferência leia as duas, campeão. Além de ler ser algo importantíssimo, você terá informação dos dois lados e tirará suas próprias conclusões, essas, quiçá, livres de uma presença da opinião da mídia. Mas o que me alegra é que você campeão, sabe muito bem que a vida real é muito diferente do que aparece na TV. Para encerrar, um trecho de uma música que você, campeão, vai ver que ela faz total sentido na sua vida e sentido algum nas novelas.
"Vamos sair!

Mas não temos mais dinheiro

Os meus amigos todos

Estão, procurando emprego...
Voltamos a viver

Como a dez anos atrás (...)"

(Teatro dos Vampiros - Renato Russo e Marcelo Bonfá)

Um forte abraço.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Desacertos reflexivos...

Lula sanciona lei que muda fuso horário do Acre

O presidente Lula sancionou na quinta-feira o projeto de lei que muda o fuso horário em todo o estado do Acre e em 24 municípios de Amazonas e Pará. A mudança entrará em vigor em 60 dias. Com isso, Amazonas e Acre terão apenas uma hora a menos em relação a Brasília, seguindo o fuso de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. O projeto é do senador Tião Viana (PT-AC) e foi aprovado há 15 dias pela Câmara, depois de uma mobilização de parlamentares do Norte.

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Agora sim, eles poderão assistir à novela das 8 às 8! Melhor que nós que temos que assisti-la às 9!

sábado, 19 de abril de 2008

O nosso Estado que não é nação.

Pernambuco, 1648. Índios, brancos portugueses e negros se unem para expulsar o invasor holandês na Batalha dos Guararapes. Pela primeira vez, as três raças formadoras do Brasil se juntam em prol de um bem comum e, nasce ali o embrião do Exército Brasileiro e do pensamento nacional. Mas a união de André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão e seus povos não perdurou muito firme. Segregações são comuns até os dias de hoje e não há um culpado para isso. Todas as raças, governos e habitantes são responsáveis por essa segregação.
Em primeiro lugar, não há como não citar a escravidão no Brasil. As mais degradantes formas de exploração do ser humano foram colocadas em prática durante quase 400 anos. Não é uma simples caneta em um papel que mudaria essa situação. A caneta teve sim, o poder de acabar com o trabalho escravo em relação à cor da pele (sim, pois seria ignorância acreditar que o trabalho escravo em todas as suas formas foi realmente extinto), mas não teve e jamais terá o poder de mudar o pensamento das pessoas. Durante o século XX o pensamento evoluiu e diminuíram os preconceitos, mas estes não acabaram.
E o que criou esse pensamento? Primeiro, uma necessidade de exploração e lucros cada vez mais exorbitantes. E para isso, fundam-se teorias de explicação sórdida, como o determinismo de Friedrich Ratzel, que dizia que o homem branco estava destinado a dominar todas as demais raças, e, como servia muito bem como desculpa para o impulso colonizador, foi adotado pela classe dominante.
Outro grande culpado são as políticas governamentais. Nunca iremos integrar realmente os índios, mantendo-os cada vez mais isolados com demarcação de sítios e áreas. E aí entra a culpa dos próprios índios. Não concordo quando dizem que eles são os verdadeiros donos dessa terra. Os povos caucasianos, os negros e os imigrantes que aqui chegaram depois são tão donos como eles. (Vejam bem, tanto quanto eles, não mais). E os índios têm sua cultura, que eu defendo e que deve ser respeitada. Entretanto, essa cultura prega o isolamento. E na hora de ganhar suas terras eles acham interessante mantê-la, mas quando chega a ajuda do governo eles não reclamam que ela defende a caça e a pesca. O absurdo das políticas governamentais continua pelas cotas para negros em universidades públicas instituídas pelo governo. As cotas são sim, um instrumento discriminatório. Não vejo a menor necessidade de se instituírem cotas para negros. Defenderei sim, a cota para escolas públicas enquanto estas não tiverem o mínimo de qualidade. Mas, por acaso, o negro estuda em uma escola pública diferente da escola pública em que o branco estuda? Há essa discriminação? Não.
Aí entra a culpa das ONGs, Instituições e similares que lutam pela "igualdade". Lindo, perfeito. Se lutassem realmente pela IGUALDADE. Mas 90% delas querem é vantagens. Mas essa palavra é muito bonita, olhe bem, igualdade. Ótima para um slogan. Entre as lutas dessas supostas ONG's maravilha, ressalta-se que não se pode chamar alguém de "negrinho", mas chamar de "branquelo" passa longe de ser um crime.
E há uma grande culpa dos setores menos discriminados (os brancos). Há falta de consciência e de luta justamente por igualdade. O que é perfeitamente compreensível porque ninguém quer mudar algo que não lhe atrapalha. Como diz o ditado: 'em time que está ganhando não se mexe'. Ganhando? Quem ganha com isso? Esse anseio por falta de mudança é patético. Mais deplorável ainda é querer manter uma situação de diferenciação e superioridade entre iguais. Nunca a falta de respeito com alguém será algo aceitável.
Uma coisa, cabe afirmar: nós não temos identidade nacional. Há brancos que só querem saber de exaltar seus irmãos europeus e norte-americanos. Negros que só querem exaltar seus irmãos africanos. E irmãos brasileiros? Não há um ideal comum nesse país. Não existe 'o brasileiro'. Só em tempo de Copa do Mundo. Até mesmo nos regionalismos a identidade nacional se perde. É uma imbecilidade paulistas não gostarem de cariocas, ou baianos não gostarei de gaúchos ou mineiros odiarem nortistas. O sentimento que nasceu na Batalha dos Guararapes não "pegou" até hoje. São 360 anos de atraso social, na mentalidade e nos poucos esforços.
Daqui a 3 dias, completaremos 508 anos de descobrimento dessa terra em que se plantando tudo dá. Só não dá respeito, igualdade e união.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

18 de abril

Você pode nunca ter percebido, ou, talvez nunca tenham te falado isso, mas o dia de hoje é de muita importância para a história. Todos os seguintes fatos aconteceram em 18 de abril.

Em 1506, o então Papa Júlio II lançou a primeira pedra da Basílica de São Pedro em Roma, local que é, até hoje, o centro da Igreja Católica no mundo. Em 1857, Alan Kardec lança O Livro dos Espíritos, fundando o Espiritismo, religião amplamente difundida nos dias atuais. Em 1942, os EUA lançam seu primeiro ataque na Segunda Guerra Mundial, o ataque Doolittle, uma represália aos ataques de Pearl Harbor. Em 1955, começa a Conferência de Bandung, em que os países do chamado "Terceiro Mundo" decidem pela primeira vez não acompanhar nenhuma potência (no caso EUA e URSS). No mesmo dia, faleceu Albert Einstein, um dos cérebros mais brilhantes que já passou por esse planeta e o homem que revolucionou toda a Física. Em 1977, estreou o primeiro telejornal matutino no Brasil, o Bom Dia São Paulo. Em 1980, o Zimbábue conseguiu sua independência e em 2005 começou o Conclave que elegeria o Papa Bento XVI.
Tudo isso em 18 de abril.

Ah sim, é meu aniversário também.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Bento XVI

Hoje, completam-se 81 anos que nasceu na pequena vila de Marktl am Inn na Alemanha, o senhor Joseph Alois Ratzinger, ou se preferirem, papa Bento XVI.
Jovem alemão na época da Segunda Guerra Mundial, Ratzinger carrega consigo o estigma de ter pertencido à Juventude Hitlerista. Embora nunca tenha sido um membro entusiasta e só ter feito parte da mesma porque os jovens alemães eram convocados para tal, seus oposicionistas usam essa participação para tentar macular a imagem do Papa.
A isso, soma-se a imagem de turrão. O fato é que Bento XVI não consegue (e nem tenta) ser tão carismático quanto foi João Paulo II. Mas governa a Igreja com a mesma mão de ferro que seu antecessor. Durante o pontificado de Karol Wojtyla, Ratzinger foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, instituição da Igreja que tem por objetivo julgar os crimes contra a Fé Católica, como heresias e é herdeira do Tribunal da Santa Inquisição, que durante a Idade Média condenou tantas pessoas à morte. Durante o exercício dessa função, Ratzinger calou os principais expontes da Teologia da Libertação, doutrina teológica surgida nos países de terceiro mundo ligada ao marxismo, entre eles, o frei brasileiro Leonardo Boff. Agora, como Sumo Pontífice, mantém as mesmas cruzadas ultra-conservadoras de João Paulo II: é contra qualquer método anticoncepcional, contra o sexo fora do casamento, o homossexualismo, contra a ordenação sacerdotal de mulheres, contra o comunismo e a favor do celibato. Também condena o aborto, a eutanásia e as pesquisas com células tronco, por entender que a vida começa na fecundação. Prega total apoio à juventude e à família.
Embora tenha posições tão conservadoras e ortodoxas, Ratzinger também é um papa que demonstra afinidade com as modernidades: é o primeiro papa a possuir um iPod. Além disso, Bento XVI tem se esforçado para manter o diálogo interreligioso. É contra qualquer forma de discriminação por questões religiosas.
Hoje, o papa encontra-se nos Estados Unidos, país onde a Igreja Católica foi abalada por denúncias de pedofilia envolvendo sacerdotes. Bento XVI comemora seu 81º aniversário em sua cruzada a favor da Moral, da Ética e da Doutrina Social da Igreja.
Em um mundo como o de hoje, a missão do Papa tem sido cada vez mais dificultada. Formador de opinião no mundo inteiro, tem visto a imagem das Instituições religiosas perderem sua importância e convivido com escândalos no seio da Igreja. O valor monetário tem cada vez mais suprimido o valor espiritual. Além disso, a Igreja Católica tem acompanhado o crescimento do Islã. Mas, como Sua Santidade afirmou no dia de sua posse: "Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações."
Oremos por ele e por todo o mundo.

domingo, 13 de abril de 2008

Sonho da casa própria globalizado

Nos últimos meses acompanhamos uma gigantesca crise na economia dos EUA. Rios de dinheiro estão sendo perdidos, empresas falindo e os americanos cada vez mais endividados. De onde vem essa crise? Em que ela afeta a nós, brasileiros?
Tudo começa no sonho da casa própria (acredite, os americanos também possuem esse sonho, não é privilégio dos ‘subdesenvolvidos’). Um dos fatores que contribui nesse mercado é a baixa taxa de juros norte-americana - de 2001 a 2004 ficou entre 1% e 1,75% - o que aumentou a confiança dos bancos a fornecer créditos e financiamentos.
Uma vez presentes no mercado, os financiamentos são assinados através de hipotecas de alto risco: SUBPRIME. Essas hipotecas SUBPRIME são de taxas pós-fixadas (variam de acordo com a economia) e foram assinadas com clientes que não tinham uma boa avaliação de crédito. Em 2006, a taxa de juros sobe ao valor de 5,25%, aumentando drasticamente os valores das hipotecas que, logicamente, não foram quitadas.
Os bancos ao concederem esses créditos montavam seus planejamentos considerando que iriam receber o dinheiro das hipotecas. O dinheiro não veio, mas a crise sim.
Com perdas astronômicas a economia dos EUA derrubou bolsas de valores internas e mundiais. Conseqüentemente empresas quebram e derrubaram o consumo interno americano.
É nesse momento que a crise pode afetar nossa economia: para bem ou para mal. Os americanos diminuem o consumo de produtos brasileiros, mas em compensação a produção deles também é desvalorizada. As exportações brasileiras para os EUA representam cerca de 18% da nossa economia exportada. É bastante. Porém, se pensarmos que os norte-americanos não suprirão os mercados internacionais, cria-se um amplo mercado consumidor para os produtos brasileiros.
A crise é considerada a pior desde a Segunda Guerra Mundial. Cabe, portanto, à economia brasileira administrar a situação para que o Brasil não afunde junto e, pelo contrário, saia ganhando com a situação. Porque se hoje sairmos com lucros, conseguiremos dar um passo à frente no nosso tão atrasado desenvolvimento.


by Lucas de Macedo e Abdo

Update

Minha esperança durou pouco. Estava no ônibus ontem e fui obrigado a ouvir uma mulher dizer:

"-Juiz de Fora agora está órfã"

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Antes órfão do que filho de chocadeira, minha senhora.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Antares existe

16 prefeitos presos por desviar a verda do Fundo de Participação dos Municípios. Veja bem, 16 presos só por desviar verbas de uma fonte. Imaginem quantos seriam se houvesse investigação do desvio de verba de outras fontes. E no fim das contas, o total disso realizado por esses prefeitos foi de duzentos milhões de reais. Entre outras coisas, esse dinheiro foi utilizado para comprar 11 automóveis, 1 caminhão, 4 quadriciclos, 5 armas, inclusive uma de uso exclusivo da Polícia Federal. Acredite, isso tudo estava somente na fazenda do prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani. Claro que ainda sobrou dinheiro, ou melhor, mais de 1 milhão de reais em dinheiro vivo. Era tanto, que foi necessário levar uma máquina de contar notas em um táxi de uma agência do Banco do Brasil até o local onde estavam as cédulas.
O pior é que 100% dos habitantes de Juiz de Fora sabem que o senhor Carlos Alberto Bejani é um corrupto e mafioso de primeira grandeza. E mais de 50% dos eleitores da cidade ainda o elegeram. Já dizia Voltaire: "O povo tolo e bárbaro precisa de uma canga, aguilhão e feno". Parabéns, eleitores de Juiz de Fora. Antes sabiam, mas não queriam acreditar que haviam sido roubados por aquele homem que só anda de camisas de mangas compridas para esconder suas tatuagens. Agora, também não sei se vão querer acreditar, mas espero que sim. Espero que cansem de ser lesados e de ver seus milhões para obras públicas irem parar na fazenda do querido e humano prefeito.
Você, que votou nesse senhor, devia se envergonhar. Devia esconder a cara e não sair em público. Pois eu tenho desprezo por você. Se eu fui roubado no meu direito, a culpa é sua. Porque você acreditou que ele não iria aumentar a passagem, como prometeu na campanha, mas ele acabou fazendo isso no primeiro mês de governo. Que achou que ele não ia gastar milhões com marketing da Prefeitura e pouco com obras realmente importantes. Que mudança realmente signifcante você viu em Juiz de Fora nos últimos 4 anos? Nenhuma. Mas, afinal de contas, ele é um homem muito bonzinho. Você adorou quando ele te anistiou do IPTU por que sua casa foi inundada pelas chuvas? Ridículo. Você deveria ter reclamado na Prefeitura por obras que impedissem novas inundações. Mas não, você, olhe que ironia, ainda deve votar nesse belo homem para as próximas eleições caso ele se candidate. Por causa de você, Antares poderia ser chamada de Juiz de Fora.
E assim, feita a analogia, encerro com Érico Veríssimo:
"Mas o povo ficou sabendo!
-O que é o povo?
Um monstro com muitas cabeças, mas sem miolos. E esse "bicho" tem memória curta."

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Meu Brasil brasileiro...

"Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos, covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Tanatos, Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas a cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre e todos os impostos,
Queimadas, mentiras e seqüestros...

Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir, não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente avida inteira
E agora não tem mais direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror de tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...
(...)"

(Perfeição - Legião Urbana)

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E a música foi lançada há 15 anos atrás. Pouca coisa mudou.

sábado, 5 de abril de 2008

Eu nem sabia

Ingrid Betancourt. Você já ouviu falar nesse nome. Trata-se da mais importante refém das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), um grupo guerrilheiro que atua na selva da (adivinhem onde) Colômbia. O narcotráfico é o ponto mais importante ao se discutir sobre a guerrilha das FARC. O grupo foi formado para oferecer apoio militar aos cartéis colombianos de droga. Adivinhe para onde a maior parte das drogas é exportada. Acertou quem pensou na Pátria amada, Brasil.
Então, utilizando a teoria do efeito dominó, vemos que sim, sua vida tem muito a ver com o seqüestro de Betancourt. A ex-candidata ao governo colombiano já está há seis anos seqüestrada e você nem notou isso, não é verdade? Bom, sua vida não mudou muito também.
Mas o alarme que você colocou no seu carro foi para ele não ser roubado por marginais que agem, muitas vezes, sob efeito de entorpecentes ou para poder comprá-los. Drogas que vêm dos comandos do narcotráfico no Brasil, que as importam de cartéis colombianos, os quais têm como braço armado as FARC, que seqüestraram Betancourt.
E a partir daí, olhe bem, você está totalmente inserido na política sul-americana e nem sabia. Assim como usa uma camisa com o rosto de Che sem saber que ele matava seus próprios amigos, ou que acredita que os EUA foram os grandes mocinhos das Guerras Mundiais, sem nem pensar em interesses econômicos, tudo pela honra e pelo fim do execrável nazismo. Ou acha que o presidente francês, Sarkozy, vai ajudar na libertação de Ingrid (que tem nacionalidade francesa), somente pelo fim das atrocidades, sem que antes tivesse avaliado o impacto que isso causaria na sua popularidade.
Cada vez mais, você está no palco de grandes temas mundiais e nem imagina. Daqui a pouco seu alarme vai soar.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A música das estrelas

No início...

O universo era o berço do homem
sem limites, sem sombras, sem escuridão
as estrelas sopravam a música do mundo
os astros guiavam a imensidão...

Eram todos filhos do tempo
sentindo a mesma canção....
a melodia virou esquecimento
e o céu ,espelho da solidão...

os seres e coisas foram embora
voltando a cada nova estação
porém já não é mais a aurora
nascida da mesma composição...

já não se ouve como antes
os ritmos provindos da elevação
ouvidos e almas não mais escutam
os cantos antes sagrados apenas ao coração...

by Laís Scodeler

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sonho?

Já sonhou algum dia com um trabalho no qual passasse o tempo todo sentado ou dormindo e ainda recebesse dinheiro nas horas vagas?
Com certeza você não sonhou em ser trocador (cobrador) de um dos ônibus em que ando à noite.

A realização de um sonho nem sempre é a ideal.