domingo, 30 de março de 2008

Poema spleen....

As minhas cinzas...

Não quero minhas cinzas atiradas ao vento,
já estou perdida demais!
Prefiro que adormeçam na urna do tempo
debruçadas sobre flores angelicais...

minhas cinzas são sopros de momentos
aprisionados nos vitrais...
e as paisagens doces de alentos
quebram- se como límpidos cristais...

os vestígios de esquecimento
armam a tormenta num tormento
de dores anormais!

Quando o Céu vai ninando o vendaval cinzento
para as minhas cinzas esfumaçarem em pensamento
e descansarem em paz...

by Laís Scodeler

sexta-feira, 28 de março de 2008

Coração x Razão

A gente não consegue mandar no coração da gente. Ouvi essa frase dentro do ônibus outro dia. E o pior, ou o melhor, é que é a mais pura verdade.
O ser humano é incapaz de controlar suas emoções e até mesmo muito dos seus pensamentos. E ainda há alguns que dizem ser o topo da escala evolutiva no planeta. Não conseguem nem se sobrepor ao seu pequeno coração, quem dirá se sobrepor aos outros.
Tenho um professor que diz que as plantas são o topo da escala evolutiva por fazerem fotossíntese. O fato de não terem que procurar comida seria suficiente para serem mais evoluídos que nós. Acho que elas são mais evoluídas por não terem que controlar seus estímulos do coração.
Quem nunca se apaixonou por alguém? E quem nunca tentou fazer com que uma paixão não existisse? Não conseguiu. Dizem que o cérebro manda no corpo. Mas o coração manda mais. Um simples estímulo seu faz o cérebro não funcionar. Não há razão diante da mais arrebatadora paixão.
Quem nunca deixou de prestar atenção em uma aula importante por estar com a cabeça em outro lugar com outra pessoa? Quem nunca teve "dor de cotovelo"?
Não cuidem de seus corações. Deixem que eles façam e desfaçam e se sobreponham a qualquer razão. Pois, já dizia Voltaire: "As paixões são como ventanias que enfunam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveria viagens nem aventuras nem novas descobertas."

sábado, 22 de março de 2008

Há muito tempo atrás, era mais ou menos assim...

Escrevi esse texto há aproximadamente três anos atrás.

Você luta para ganhar o mundo. E um dia você pensa que ele é seu. Você tem amigos, família e tudo que precisa para uma vida tranqüila. Seu negócio vai de vento em popa. Você está muito ocupado para poder olhar para fora.

Horário do café. Você olha pela janela e vê lá embaixo, carros passando, flores das árvores balançando e uma chuva caindo. E lá embaixo, coberto por um cobertor surrado está um simples mendigo se abrigando.

E quem é esse mendigo? Um rosto a mais em toda a multidão que corre apressada e desvia subitamente quando o vê. Você também desviaria, afinal de contas você não sabe o quão perigoso ele pode ser.

E assim as horas passam, você retorna à sua vida dentro do escritório, até o fim do dia. E então você volta à janela. A chuva cessou, as pessoas que transitam na rua mudaram, mas ele, o mendigo continua lá. Impávido a toda aquela movimentação.

De repente, você sente um súbito interesse por ele. Por que ele vive nessas condições? Por que não tem uma casa? Será que ele faz uso de drogas?

Mas pega seu casaco e retorna para sua casa. Encontra uma mulher que te ama, e filhos correndo pela casa. Dorme em seu colchão. Sente-se feliz e aconchegado, mas não se esquece do mendigo que deve estar com frio lá fora nesse momento.

Acorda no dia seguinte, mais um dia de trabalho. Enquanto toma café, pega o jornal e se depara com uma notícia que o deixa estarrecido. O mendigo, por quem tanto se interessou ontem havia sido assassinado nas ruas ontem. Um turbilhão de idéias e imagens atinge sua cabeça e enquanto isso o mendigo está lá, provavelmente sendo preparado para ser enterrado como um indigente.

Vai para o trabalho e chega à mesma janela. Ele não está lá. Será que ele deveria ter ajudado o mendigo ontem? Será que não devia pelo menos ter dado algum dinheiro a ele?

Agora já é tarde. O mendigo se foi. Mais um morto. Poderia ser você? Não, afinal de contas você não vive na rua. Mas porque você não vive na rua e certas pessoas sim? Por quê?

E família? Será que ele tinha uma família? Mulher e filhos que o amavam? Você pensa na sua mulher e nos seus filhos e em todo o conforto que eles possuem. Definitivamente os familiares do mendigo não seriam como os seus.

O telefone toca. Hora de voltar ao trabalho e esquecer aquele infeliz por alguns minutos. Isso. Infeliz. Afinal de contas, que felicidade pode ter um homem que vive nas ruas?

E essa palavra fica circulando na sua mente durante horas. Felicidade. Será que ele realmente não podia ser feliz? Será que você é feliz? Claro que sou, tenho tudo que preciso e com conforto.

Mas afinal de contas tudo isso passa. Você está abrigado aqui. Só chove lá fora, que te importa?

terça-feira, 18 de março de 2008

Desacertos reflexivos...

Xuxa participa de campanha pelo uso responsável na internet

A apresentadora de TV Xuxa Meneghel, o presidente do Comitê para Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio, e o vice-presidente da empresa de telecomunicações GVT, Alcides Troller Pinto, lançaram nesta terça-feira (18), no Instituto Cultural do Povo, no Morro da Providência, no Centro do Rio, uma cartilha que ensina pais e professores a orientar crianças e adolescentes a fazer o melhor uso da internet. A cartilha faz parte da "Campanha pelo uso responsável da internet", realizada em parceria pelo CDI, a GVT e a Fundação Xuxa Meneghel, e será divulgada em todo o país.

No lançamento, foi apresentado um vídeo de um desenho animado, que mostra os cuidados que os jovens devem ter para se proteger contra o mau uso da internet

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Crianças, tomem cuidado mesmo, pois podem acabar vendo imagens horríveis na internet.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Valores ainda presentes....

"O verdadeiro homem é aquele que vive a vida de seu tempo. A matéria da reflexão moral é o jornal, a rua, a batalha do dia-a-dia." - (Frédéric Rauh -1861-1900, filósofo francês)


Analisando a sentença acima podemos, sem sombra de dúvida, nos perguntar quantas pessoas, de fato, vivem o seu tempo. É isso mesmo. Viver o próprio tempo e não o dos outros...será tão difícil assim? Bem...para muitos não é nada fácil viver o presente, posto que tanto o passado quanto o futuro pairam constantemente sobre tudo e todos. Enfrentar a rotina, os problemas, os choques, as brigas, os desejos, as batalhas diárias...são tantas coisas a serem vivídas, tantos obstáculos a serem vencidos que, não raramente, nos pegamos fugindo para outro instante. Por exemplo, pensamos demais no futuro...tudo para garantir o futuro, mas, quando realmente nos preocupamos em melhorar o presente? Sim. O presente. Ele também carece de atenção e, obviamente, de ação.
O enunciado de Rauh vem nos chamar atenção justamente para a vida cotidiana, que pulsa o tempo todo e nos convida a vivê-la, a interagir com ela. A mensagem é muito clara : não nos afastemos do presente!

"O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente." (Mão dadas-Drummond)

by Laís Scodeler

sexta-feira, 14 de março de 2008

Mensagem simples, autor complexo...

Gente, a mensagem de hoje é muito simples...falará por nós um grande poeta que sempre soube o que dizer...

Para ser grande, sê inteiro: nada

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis

quinta-feira, 13 de março de 2008

Desacertos reflexivos...

Poluição reduz número e velocidade de espermatozóides, diz estudo.

Pesquisadores da Universidade de Pisa analisaram 10 mil homens durante 30 anos e verificaram que houve uma diminuição no número de espermatozóides, principalmente entre os que vivem em grandes centros urbanos e zonas mais poluídas.

O estudo foi realizado pelo Departamento de Andrologia da universidade, que examinou homens jovens e saudáveis, com idade média de 29 anos, de varias regiões da Itália.

De acordo com a pesquisa, a quantidade de espermatozóides contidos em 1 mililitro de esperma diminuiu nos últimos 30 anos, passando de 71 milhões para 60 milhões.

Os cientistas verificaram também que na década de 70, 50% dos espermatozóides se movimentavam com rapidez. Trinta anos depois, esse percentual caiu para 32%.

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Analisemos as possíveis causas:

1- A poluição é tanta que nem os pesquisadores estão conseguindo ver os espermatozóides.
2- Eles estão muito mais lentos porque em cidades poluídas há engarrafamentos constantes, o que impede os espermatozóides de circular com rapidez. Mas esse é um ponto contraditório, visto que o número de espermatozóides tem diminuído.
3- Mas, você notou alguma diferença? Nem eu.

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O pior é a conclusão:

"Admitir que o homem não é perfeito é difícil, mas é um problema comum a todos os homens do mundo. Ou nos decidimos a defender o aparato reprodutivo masculino ou vamos acabar como os dinossauros e desaparecer como espécie."

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Tudo bem, mas defenda o seu que eu defendo o meu, ok?

terça-feira, 11 de março de 2008

Humanidade e morte.

"Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti."
(John Donne)

"Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente."
(Karl Rokitansky)

Os dois pensamentos, tanto do escritor John Donne, como do anatomista Karl Rokitansky, ao mesmo tempo, se completam e se excluem. Interessante não? Pessoas com profissões tão diferentes, com pensamentos sobre coisas distintas terem pensamentos próximos.
Passando alheio ao primeiro pedaço do trecho de A Cerimônia do Adeus (Donne) e pelo início da Oração do Cadáver (Rokitansky), chegamos ao ponto que fala dela, o único destino certo do homem. Sobre o qual pouco se sabe, mas do qual não se pode fugir: a morte.
Quantas vezes não pensamos, mesmo que levados por uma raiva instantânea, que certa pessoa tem que morrer? Alguns de nós já almejaram a morte em algum momento. Quanto ao desejo, não se pode chegar a conclusão nenhuma por cada pessoa. Podemos chegar a conclusões no nível humano. Donne afirma que a morte de qualquer ser humano diminui a si mesmo. Que os sinos dobram por qualquer pessoa. Alguns dirão que ele está errado, pois os sinos dobram também por indignos, e não seria a morte de qualquer indivíduo que diminuiria, mas o fato, é que a pensar no nível humanidade, qualquer homem morto diminuiria nosso sentimento de conjunto.
Mas, olhe só, Rokitansky afirma que essa mesma humanidade, que nada fez pelo cadáver desconhecido, é aumentada através da morte do indivíduo que vai para as frias mesas de laboratórios de anatomia humana. E ele está certo também. As mesmas pessoas que desprezaram o indivíduo podem ser ajudados por profissionais que estudaram através do cadáver do mesmo.
A humanidade não entende, nem jamais entenderá a morte. Em todas as suas facetas, ela oferece dupla interpretação. Enquanto isso os sinos dobram, não sabemos se por mal, ou pelo bem em algum casos, ou quantas vezes eles realmente dobram por nós. Mas sempre pense, que como o escritor e anatomista afirmaram, o ser humano é complexo, não é uma ilha em si mesmo, é alguém que nasceu do amor e cresceu com sonhos. Sonhemos com uma humanidade mais justa. Se no fim, virarmos somente mais um cadáver no laboratório, estaremos ajudando à humanidade também. É nosso dever.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Crânio: use o seu


Hoje, tive minha primeira aula de anatomia. Estudar crânios, craniums (não, não é a mesma coisa) e calvárias, além de inúmeros forames. Sim, eu sei que você não está entendendo. Na verdade, nem eu estou entendendo bem.
Mas o crânio, isso vocês devem saber, tem a função de abrigar as vísceras, (leia-se olhos, boca, nariz) e ele, o tão famoso encéfalo, comandado pelo mais famoso ainda, cerébro.
Mas quem nunca falou do crânio ao pensar em cérebro, inteligência e coisas parecidas? Anatômicamente não são sinônimos, mas para o nosso caso, podem ser.
Você usou seu crânio para que hoje? Pensou em algo que poderia fazer melhor? Fez algo melhor? Claro que isso faz parte, afinal o cerébro comanda a maioria dos movimentos. Temos de usar nosso cérebro, fazendo-o sempre funcionar para fazer coisas boas.
Hamlet, na maior peça teatral de todos os tempos na minha opinião, filosofava com um crânio. Você não precisa falar e pensar com um outro crânio. Use apenas o seu. Mas USE.
Sabe por que o crânio é tão forte? Porque defende a parte mais importante do corpo. Aquela parte que nem sempre é utilizada como deveria. Pense mais. Ao contrário do que dizem, pensar não envelhece mais cedo. Não pensar que envelhece. Antecipa sua morte e isso eu garanto.
Até retomando o meu último post, vos digo, Carpe Diem, mas usem o cérebro para saber como aproveitar cada vez melhor o seu dia.
No mais, tenho muitos nomes ainda pra decorar. Estou indo usar meu crânio para tal.

domingo, 9 de março de 2008

A volta do que não foi.

Não, eu não morri. Tive uns problemas com a minha conexão, por isso estive ausente por esta semana. Mas para o bem ou para o mal, eu voltei.
Foi uma semana de aprendizado. Começou a faculdade. Nem aula eu tive ainda, mas já sinto que estou no caminho certo. Um sonho realizado.
Em segundo lugar, gostaria de dar parabéns a todas as mulheres pela data de ontem. Tenham certeza que sem vocês esse mundo não teria graça. (Não teria mesmo!)
Nas próximas horas, escreverei mais. Grande abraço.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Sobrevivemos!

Gente, postagem rápida para agradecer!
A primeira semana na facool já foi! Eeeeee! Não poderíamos deixar de agradecer a todos que nos deram moedinhas no trote! Muito obrigada gente! Claro que a maioria das pessoas se recusou a contribuir, mas no final deu tudo (ou quase tudo) certo....
Todo mundo sobreviveu ao trote...ainda bem, né? Agora é vida de universitário...vamos ver no que isso vai dar!!!

domingo, 2 de março de 2008

Amanhã!

Para muitas pessoas, especialmente para nós, os aprovados da turma Visconde de Mauá-2007, amanhã é o grande dia! Caramba! Foi longo o percurso até chegarmos onde queríamos...passamos por tanta coisa e, acima de tudo, estamos no caminho para a construção de um novo futuro. E agora? Falar em futuro é complicado...especialmente quando se está apenas no início (1ºdia de aula).
Alguns amigos nossos ainda não atingiram seu objetivo, a eles, vale lembrar que não há um tempo certo para que as coisas ocorram. Cada um tem um ritmo e Cada ritmo conduz o dono ao seu destino, na hora certa, claro. O importante é não desistir! Vamos lá gente! No fundo, estamos todos no mesmo barco...todos buscando um lugar ao sol...Analisando tudo, não tem como deixar de comentar as nossas escolhas! Nossa! Como é bom poder escolher com liberdade! Melhor ainda é ter as escolhas respeitadas pelos outros, porque, como todos sabem, o melhor do mundo é a variedade. Tudo seria tão sem graça se não houvesse diferença, né? Parabéns a todos...medicina, direito, história, letras, geografia, serviço social, economia, etc...agora é trabalhar para mostrar que não escolhemos em vão e que os nossos ideais serão atingidos.
Ah! Não nos esqueçamos de buscar SEMPRE a felicidade...não vale a pena ser infeliz! Para que desperdiçar a vida correndo atrás do que de fato não nos completa se podemos ser felizes? A razão é ótima condutora, entretanto, os sentimentos conseguem amortecer as nossas possíveis ou futuras (quem sabe?) quedas! Então vamos correr atrás do equilíbrio, pq futuro já é nosso, só não podemos desistir dele...


by Laís Scodeler

sábado, 1 de março de 2008

É preciso ir além...

As pessoas do nosso tempo têm se tornado cada vez mais individualistas e, por conseguinte, mais solitárias. Muitos culpam o capitalismo, outros vão um pouco além e culpam a si mesmos...mas, será que há um culpado certo? A resposta para esse questionamento não é, obviamente, universal, mas, discutível.
Num mundo onde cada milímetro de espaço (físico, intelectual, econômico, político...) existente é disputado, não há como não pensar em si e, por vezes, esquecer os outros. Pensamos em concorrência todo o tempo, ela existe não só no vestibular, mas na vida. Entretanto, quantas vezes realmente paramos para analisar os nossos concorrentes? Não analisá-los enquanto concorrentes, mas na ‘simples’ condição de seres humanos...ou, pior ainda, quantas vezes os enxergamos como sendo nossos irmãos? É...eu sei que essa conversa é meio clássica e que tem sempre um programa de TV falando algo assim, mas quem realmente presta atenção no assunto?
É muito fácil julgar e condenar as pessoas, difícil é entendê-las como são e, pior ainda é ver além do que elas nos mostram. No mar de concorrência no qual todos estamos mergulhados, deixamos de pensar em muitas coisas e, uma delas, talvez a mais esquecida, é a empatia. Sabe aquela coisa de se imaginar no lugar dos outros? Então...é isso aí! Quantos ainda fazem isso? Boa pergunta, né?
Hoje em dia as aparências estão cada vez mais em alta...julgar com base nelas então é o canal. Por que será? Ora... será pela facilidade que isso representa? Ou será que é só por preguiça mesmo? Bom...a resposta desse questionamento é individual. O fato é que nem todos sabem identificar as próprias qualidades e, menos ainda, lidar com os próprios defeitos, então, como é possível enxergar de verdade o outro? Aí vem a tal da empatia de novo...que coisa chata, né? Não bastasse tudo o que sofremos, ainda temos que sentir pelos outros também? É...é essa a idéia que nos torna sensíveis e diferentes.
Em geral, podemos analisar as pessoas como sendo casas. Todas têm uma fachada e um interior ( dã...isso é óbvio...), contudo, nem sempre há um jardim nelas. E, quando há um jardim, o que podemos encontrar nele? Qdo brigamos com alguém, por exemplo, nem sempre sabemos o que há no seu porão, e, menos ainda, o que há no seu jardim. Sabemos, porém, que temos janelas. Sim, todos temos janelas. Todos somos capazes de deixar a luz entrar e, melhor ainda, de iluminar. Antes do julgamento ou da condenação, podemos tentar invadir os porões alheios e ver de perto o que eles guardam. Em alguns encontraremos ratos, em outros encontraremos tristeza, medo, indiferença e até escuridão...só escuridão...o que será pior? Pior mesmo é não procurar, não ir além do que nos mostram, não abrir as janelas, não cultivar um jardim...
Ainda que seja complicado, já é hora de buscar algo a mais...de achar qualidades que não são nossas, de reconhecer, acima de tudo, que as diferenças existem e que os que são diferentes o são para que o mundo seja, antes de tudo, diversificado e cheio de opções. Não dá pra aceitarmos só um lugarzinho no banco da indiferença e simplesmente não procurar nada a mais do que já encontramos.

Laís Scodeler