sábado, 24 de maio de 2008

Eles nunca se vão...

"(...)Os mortos são na vida os nossos vivos, andam pelos nossos passos, trazemo-los ao colo pela vida fora e só morrem conosco." (Florbela Espanca)


Pensando melhor, os nossos mortos só morrem conosco quando queremos... e, como não quero que este morto, em especial, morra comigo, escrevo estas poucas, porém sinceras, linhas...

Às vezes, me perco em pensamentos e, do nada, ele me vem em mente. Até alguns dias não sabia exatamente o porquê. Há pouco tempo descobri que não só esse, mas os meus mortos, voltam para mim porque estão sempre dizendo algo. Eu os ouço e percebo o quanto me fariam falta se não me tentassem dizer qualquer coisa. Nem sempre as coisas são ditas como queremos ouvi-las, pois, nem sempre as ouvimos, de fato. Também descobri, com o passar dos tempos e das horas tristes, que os mortos são companhia...mesmo quando morremos de medo só de pensar que eles podem estar ali, espiando...e eles espiam...como espiam...e isso não é o BBB!
Os nossos mortos não estão somente nas nossas almas, estão também nos nossos gestos...sabemos que estão sempre ao nosso lado e que, por mais depressa e angustiante que seja o passar do tempo, contaremos os segundos para reencontá-los.


"A sua sombra debruçou-se sobre o meu ombro, no silêncio das tardes e das noites, quando a minha cabeça se inclinava sobre o que escrevia; com a claridade dos seus olhos límpidos como nascentes de montanha, seguiu o esvoaçar da pena sobre o papel branco; com o seu sorriso um pouco doloroso, um pouco distraído, um pouco infantil, sublinhou a emoção da idéia, o ritmo da frase, a profundeza do pensamento.

Bastar-me ia voltar a cabeça para o ver..."
(Florbela Espanca)


Post dedicado a uma pessoa muito especial.


by Laís Scodeler

2 comentários:

Anônimo disse...

Pra falar a verdade foi muita coincidência a Lais me mostrar justamente um texto sobre os mortos.Essas semanas pra cá me deparei sentindo falta de alguns dos meus.Também não acredito que as pessoas possam "morrer" de fato,carrego muito deles aqui comigo...sim,me fazendo companhia e me dizendo algumas coisas às vezes!É um sentimento de presença tao forte que assusta,exatamente isso!E é por esse espiar que eu sei que nem sempre estou sozinha!Em alguns momentos isso é bem reconfortante!
Só pra variar,excelente texto,super profissional.Essa menina vai longe,e eu me orgulho de ter feito parte do começo de todo o seu sucesso.São para poucas pessoas iluminadas!
Não se esqueça de mim!E eu não vou esquecer do meu poema!
"Nem sempre as coisas são ditas como queremos ouvi-las, pois, nem sempre as ouvimos, de fato."...e QUE frase!!

beijos no coraçao e mais uma vez parabéns!

da tua amiga sem conta google,Joanna

Anônimo disse...

Farilúcia,
como não estou conseguindo postar no texto da zélia gattai, vai por aqui mesmo: achei q suas palavras foram bem sinceras e oportunas. Fico feliz, enfim, ao ver q sua voz tem ganhado força nessa página. Estarei sempre pronto pra ler outros tantos artigos q estão por vir
Gil(vaneidson)