sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A coisa e a forma certas.

"Quando médicos e enfermeiros não podem fazer a coisa certa.

No mês passado, uma médica que trabalha como consultor de ética conversava comigo sobre uma preocupação crescente no hospital em que trabalha. Médicos e enfermeiros se sentem aprisionados, de acordo com ela, pelas concorrentes demandas de administradores, companhias de seguro, advogados, familiares dos pacientes e qualquer outro. Eles são forçados a um compromisso sobre o que eles acham que é certo para os pacientes.

Ela chamou o problema de 'aflição moral'."

Traduzido da Edição Online do The New York Times
Publicado por Pauline W. Chen, M.D. em 5 de fevereiro de 2009.

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Mais que um problema de médicos e enfermeiros, a aflição moral é um problema constante em nossa vida. Quantas vezes temos que fazer coisas que não queremos fazer, ou que vão contra os nossos pensamentos em nossos dias. Os percalços de nosso emprego, de nossa convivência com vizinhos e dentro da própria casa. Temos que conviver com isso.
Mas, conforme diz a reportagem, gostaria de ressaltar isso na vida dos médicos. Os erros médicos crescem linearmente ao longo tempo. Os processos por erros médicos tem crescido exponencialmente. As vezes é difícil entender o porquê de tudo isso. Acho que as pessoas vêem uma forma de ganhar dinheiro. Muitas vezes impulsionadas por advogados interessados em comissões no resultado de processos que podem render milhares ou até milhões.
Muitos dizem que os médicos se acham deuses. Quanto a alguns, sou obrigado a concordar. Mas os culpados são todas as outras pessoas, que esperam que eles sejam deuses. Não se acredita mais que não é possível salvar a vida de uma pessoa. O médico tem sido obrigado a curar até doenças para as quais não foi descoberta a cura.
Isso, quando não ocorre algo que infelizmente acontece: o paciente ou familiares dele interferem no tratamento prejudicando a cura ou a sobrevida do paciente. O médico está sempre errado.
Falta as pessoas compreenderem que o médico não é um deus. Ele é um ser humano, carregado de emoções, sentimentos e principalmente limitações. É necessário compreender também que erros acontecem, faz-se necessário somente saber se os erros vieram da natureza humana, ou da negligência.
Temos que aprender que a nossa aflição moral é a mesma dos médicos. Quem sabe se pararmos de pensar que eles são deuses que tem a obrigação de nos salvar eles não param também de pensar que o são?

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